Em jeito de celebração por isto - aparentemente - já estar como deve ser, resolvi transpôr para formato digital um poema que escrevi um dia destes enquanto pensava no que ia fazer a seguir...
Entre as gentes, atafulhado,
faço força para passar,
um executivo suado,
uma velha a cambalear.
Sento-me na cadeira, agora vazia,
liberta do cú que a oprimia.
Descanso as pernas, cansadas do esforço,
e ouço na rádio "entrou o reforço".
Um homem chega e pede-me lume,
uma cara pesada, ar de azedume.
Procuro um isqueiro, que tinha na algibeira,
queimo a virilha, e digo uma asneira.
Quinze minutos de caminho certo,
estou, devagar, cada vez mais perto.
Eu e os outros, que também vão,
vão e vêm... ou talvez não.
Portas abrem, pessoas saem,
portas fecham e tudo recomeça.
Volta e meia algumas velhas caem,
ou um outro jovem tropeça.
void - um dia destes
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