27 de agosto de 2013

Odorae Sacram


Após um ensaio sobre formatação social (coisas sérias, claramente fora do âmbito deste blog), decidi que se impunha uma análise profunda a esse acto fantástico que é o de soltar flatulência, mais especificamente o porquê de toda a comédia associada ao acto. É algo em que não consigo meter o dedo[1].

Pensando abstractamente, rirmo-nos de um peido é tão lógico como entrar num café e pedir uma sandes de parafusos:

- "Oh, Carlitos, dá-me lá ai uma sandoca com aqueles de 1.7mm, com duas ou três cavilhas só para dar um gostinho mais picante."

É estúpido e faz pouco sentido.

Mas procuremos um caminho mais científico nesta nossa indagação. Na minha forma de ver existem três componentes básicas de qualquer peido: Intensidade sonora, odor, e ambiente envolvente. O cheiro, por si só e na minha opinião, não é factor decisivo no grau de comédia. Até porque os há que até nos fazem chorar. No caso da intensidade sonora as 50 milhões de aplicações para telemóveis que a reproduzem já demonstram que, isoladamente, tem alguma capacidade cómica.

Mas eu julgo que é o terceiro factor que é maioritariamente responsável pelo grau de humor, ou falta dele. São, por exemplo, situações completamente distintas o peido ocasional entre amigos e a farpa largada na reunião de trabalho na qual tínhamos entrado convencidos que íamos ser promovidos. E quem nunca deixou alargar o ânus numa ou outra situação de cariz sexual (para que conste, eu não, hmm)?

E é isto. Tinha qualquer coisa para concluir mas caguei-me e quando voltei já não me lembrava.

HeyMan irmãos!

[1] . O acto de meter o dedo advém do estrangeirismo "can't quite put my finger on it". Estrangeirismo porque, como se sabe, foi inventado por Manuel Estranja, essa sumidade literária nacional. Pontos de bónus para quem conseguir encontrar referência a ele online.


Sem comentários: